Por que algumas pessoas se sentem altamente motivadas para realizar determinadas tarefas que a outras parecem enfadonhas, desinteressantes, ilógicas, muito certinhas, completamente sem parâmetros ou desprovidas de 'glamour'? Isso ocorre porque as pessoas têm valores diferentes, necessidades diferentes, interesses diferentes, organização familiar diferente, background cultural diferente, formação profissional diferente, enfim, uma história de vida diferente que condiciona suas motivações.
Motivação é uma “energia interna”, é o entusiasmo que vem de dentro do indivíduo, fazendo com que este se coloque em ação.
Acredita-se que a chave da solução do problema motivacional nas organizações está na identificação de necessidades e planejamento de medidas que possam ir ao encontro da satisfação de quem trabalha, seja no nível de aspirações psicológicas, seja no de necessidades básicas de ordem física.
Relembrando Idalberto Chiavenato, autor brasileiro na área de administração de empresas e de recursos humanos, “a motivação é uma das principais responsabilidades gerenciais. A influência gerencial sobre os subordinados exige liderança eficaz e uma contínua motivação da equipe. A motivação funciona como um dinamizador, um impulsionador do comportamento humano.”
Muito utilizada no meio acadêmico, a famosa hierarquia de necessidades de Maslow, proposta na década de 50 pelo psicólogo americano Abraham H. Maslow, toma como eixo a questão das necessidades humanas. Para ele, tais necessidades estão estruturadas hierarquicamente, e a busca para satisfazê-las é o que nos motiva a tomar alguma direção.
Neste conceito, as necessidades humanas são organizadas em um sistema de “pirâmide”, começando com as que geram os comportamentos mais primitivos e terminando com as que produzem comportamentos mais elaborados e amadurecidos. Há uma tendência natural ao crescimento, e a progressão do indivíduo nessa hierarquia funciona como subir uma escada: para transpor um degrau é necessário primeiro subir o degrau inferior.
Maslow distingue dois tipos de necessidades: primárias e secundárias. As necessidades primárias – que formam a base da hierarquia – são as necessidades fisiológicas, que dizem respeito a nossa sobrevivência, ou seja, as necessidades mais baixas na hierarquia - fome, sede, sono e sexo -, e as necessidades de segurança, que estão relacionadas à nossa necessidade de proteção contra alguma ameaça real ou imaginária – salário, casa própria, plano de saúde, aposentadoria. Já as necessidades secundárias são as afetivo-sociais, as de estima e as de auto realização, estas últimas constituindo o topo da hierarquia, que correspondem respectivamente ao nosso desejo de amar e de sermos amados, e de pertencermos a um grupo (afetivos sociais), ao desejo de sermos reconhecidos, de termos prestígio, status (estima), e à realização de nosso próprio potencial, como, por exemplo, em tarefas desafiadoras (auto realização).
Para Maslow, na medida em que as necessidades mais baixas da hierarquia vão sendo satisfeitas, elas vão dando lugar às que se encontram nos pontos mais altos da hierarquia. Contudo, isso não é, diga-se, engessado.
Nos próximos artigos, discorreremos sobre outras teorias em relação a este tema tão intrigante, que seria capaz de mudar o comportamento de um indivíduo. Falaremos sobre ciclo motivacional, inimigos da motivação, e motivação nas organizações.
Você como profissional, está motivado? E enquanto gestor, como está sua motivação e de sua equipe?